A Justiça do Rio de Janeiro decretou, nesta segunda-feira (10/11), a falência do Grupo Oi. A decisão foi proferida pela juíza Simone Gastesi Chevrand, da 7ª Vara Empresarial da Comarca da Capital, que considerou a empresa “tecnicamente falida” e sem condições de manter suas atividades de forma sustentável.
Segundo a magistrada, a Oi “não apresenta mais atividade empresarial suficiente para justificar sua manutenção”, o que levou à determinação de liquidação da companhia e à substituição de sua gestão.
A repercussão no mercado foi imediata. No momento da decisão, as ações da Oi registraram queda de 35,71%, sendo negociadas a apenas R$ 0,18 na B3.
As empresas Oi Soluções, Serede e Tahto continuarão operando provisoriamente para garantir serviços considerados essenciais. A continuidade será supervisionada por um gestor judicial até que os contratos sejam transferidos para outras operadoras. Atualmente, a Oi é a única empresa com presença em todos os estados do país.
Essas subsidiárias são responsáveis por contratos de conectividade com órgãos públicos e empresas privadas, incluindo serviços críticos como o Cindacta, responsável pelo controle do tráfego aéreo. O serviço já está em processo de transição para a Claro.
A decisão judicial não surpreendeu o mercado. Na sexta-feira (07/11), a gestão da Oi e sua administração judicial haviam manifestado intenção de liquidar a companhia, diante da incapacidade de manter suas operações. Segundo o jornal O Globo, tanto o conselho de administração quanto a diretoria foram afastados.
De acordo com os relatórios apresentados, a operadora possuía um caixa livre de apenas R$ 50 milhões, frente a um endividamento superior a R$ 1,7 bilhão, além do descumprimento de cláusulas do segundo Plano de Recuperação Judicial.
Um império que se desfez ao longo dos anos
A Oi, criada dentro do projeto de “campeões nacionais” nos primeiros mandatos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, chegou a se fundir com a Brasil Telecom e a Portugal Telecom, formando uma das maiores operadoras do país.
Nos anos seguintes, o grupo foi desmembrado. O serviço móvel foi dividido entre Claro, TIM e Vivo, enquanto a rede neutra foi transferida à V.tal. O serviço de fibra óptica originou uma nova empresa, a Nio, que chamou atenção do mercado ao anunciar congelamento de preços até 2028.
Em novembro, a TIM demonstrou interesse em adquirir a Oi Soluções, unidade responsável por atender o mercado corporativo.
📡 Redação MundoTelebr – Tecnologia, Negócios e Conectividade



