A recente operação contra pirataria audiovisual na Argentina, que resultou na desativação de dezenas de plataformas de streaming e TV pirata, teve um efeito inesperado: usuários desses serviços passaram a inundar o Reclame Aqui com queixas sobre o fim das assinaturas e ameaças de processo contra empresas que, na prática, nunca existiram legalmente.
Nos relatos, consumidores afirmam que perderam o acesso a aplicativos como My Family Cinema, Eppi Cinema e TV Express, alegando que as contas foram canceladas sem aviso e pedindo reembolso integral por planos anuais. Alguns reclamantes dizem que o aplicativo mudou de nome ou desapareceu, e exigem suporte técnico ou devolução de valores pagos.
As publicações rapidamente chamaram a atenção nas redes sociais, onde internautas ironizaram as tentativas de acionar judicialmente serviços clandestinos. Frases como “vai abrir um boletim de ocorrência contra o pirata?” e “quer nota fiscal da TV Box?” viralizaram no X (antigo Twitter) e em fóruns de tecnologia.
Especialistas alertam que esse tipo de situação ilustra um risco comum do uso de sistemas ilegais. Além da instabilidade e do bloqueio frequente por autoridades, não há garantia de suporte, ressarcimento ou mesmo de quem está por trás das plataformas. Segundo a Anatel, esses serviços expõem os usuários a golpes, roubo de dados e instalação de malwares.
Enquanto isso, as páginas de queixa seguem sendo abertas no Reclame Aqui, onde as “empresas” em questão sequer possuem registro formal. Mesmo assim, os consumidores continuam aguardando respostas que, ao que tudo indica, jamais virão.



