Em um duro golpe para as ambições da Plintron de ingressar no mercado brasileiro de telecomunicações, a Anatel negou, por três votos a dois, o pedido da empresa de Cingapura para assumir o controle da Surf Telecom. A decisão, tomada na última quinta-feira (8), coloca em xeque o futuro da MVNO, que buscava investimentos bilionários para sua expansão.
A Plintron, que atua no segmento de soluções em telecomunicações para empresas, argumentava que a operação seria benéfica para o mercado, aumentando a concorrência e a oferta de serviços inovadores. A empresa prometia investir R$ 2 bilhões na Surf Telecom, expandindo sua rede e infraestrutura, além de trazer novas tecnologias para o segmento de Internet das Coisas (IoT).
No entanto, o Conselho Diretor da Anatel se mostrou preocupado com os riscos à qualidade dos serviços prestados pela Surf Telecom caso a mudança de controle fosse aprovada. A agência citou um histórico de instabilidade na operação da MVNO, incluindo um episódio em 2020 em que a Plintron, então fornecedora de tecnologia da Surf, teria desligado os sistemas da operadora por falta de pagamento.
Surf Telecom: histórico de instabilidade pesa na decisão
O episódio de 2020, que resultou em suspensão dos serviços da Surf por 24 horas e prejuízos milionários, foi um dos pontos determinantes para a negativa da Anatel. A agência também considerou o fato de que a Plintron não apresentou um plano concreto para mitigar os riscos de inadimplência e garantir a qualidade dos serviços da Surf Telecom.
Futuro incerto para a Surf Telecom
Com a negativa da Anatel, o futuro da Surf Telecom fica incerto. A MVNO ainda pode recorrer da decisão, mas as chances de sucesso são consideradas remotas. Sem a injeção de capital da Plintron, a Surf terá dificuldades para se manter competitiva no mercado e pode até mesmo ser obrigada a sair do mercado.
Decisão levanta questionamentos sobre o futuro das MVNOs no Brasil
A negativa da Anatel no caso da Surf Telecom também levanta questionamentos sobre o futuro das MVNOs no Brasil. As operadoras virtuais, que dependem de parcerias com as grandes operadoras para oferecer seus serviços, ainda lutam para conquistar espaço no mercado. A decisão da agência pode dificultar ainda mais a entrada de novos players no segmento e prejudicar a competitividade do mercado como um todo.