A recente decisão do governo holandês de assumir o controle de uma das maiores fabricantes de chips do mundo, antes pertencente a um grupo chinês, gerou uma reação imediata da China, que passou a limitar a exportação desses semicondutores essenciais para a indústria automotiva global. No Brasil, o setor acompanha a situação com atenção redobrada, diante do risco de interrupções na produção de veículos.
De janeiro a setembro de 2025, a produção de automóveis no país cresceu 6% em relação ao mesmo período de 2024, enquanto as exportações avançaram mais de 50%. Apesar do cenário positivo, especialistas alertam que a falta de chips pode alterar rapidamente esse panorama. Esses semicondutores atuam como os “neurônios” dos carros, controlando sistemas essenciais de funcionamento.
Segundo Igor Calvet, presidente da Anfavea, “o setor automotivo brasileiro enfrenta a possibilidade de uma crise de abastecimento de semicondutores. Sem esses componentes, as fábricas podem ser paralisadas em poucas semanas. É necessária uma interlocução rápida e diplomática entre o governo brasileiro e o governo chinês para garantir a chegada dos chips ao país”.
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio afirmou que acompanha de perto os efeitos da interrupção na cadeia global de suprimentos e mantém diálogo com a indústria para mitigar impactos em empregos e produção.
Nesta sexta-feira (24), o presidente em exercício, Geraldo Alckmin, agendou uma reunião com representantes do setor para a próxima terça-feira (28). A preocupação é que a falta de chips possa gerar um impacto comparável ao enfrentado pela indústria durante a pandemia de Covid-19. Atualmente, mesmo veículos básicos dependem de 1 mil a 3 mil chips para funcionamento.
📡 Redação MundoTelebr – Tecnologia, Negócios e Conectividade



